Será possível viajar para Angola cumprindo distanciamento social?

O possível futuro dos assentos nos voos para Angola
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Consegue imaginar cumprir com distanciamento social no aeroporto internacional de Luanda, ao viajar de e para Angola? Como irão separar as pessoas na fila para o check-in, ao recolher a bagagem, ou ao circular no terminal do aeroporto? E durante os voos? Que testes serão exigidos e como os irão realizar? Temos condições sociais e infra-estruturas para implementar este cenário a curto prazo ou é uma visão futurística?

As indústrias de aviação e turismo estavam em claro crescimento até ao final de 2019, e as perspectivas para o futuro eram optimistas. As companhias aéreas investiam na expansão, com a criação de novas rotas. A TAAG anunciou a aquisição de 6 novos aviões, em 2019, com o intuito de renovar a sua frota.

De repente, tudo mudou. Os aviões foram impedidos de voar e as pessoas impedidas de sair de casa. A ironia está no facto que, foi a facilidade com que as pessoas viajam pelo mundo que espalhou um vírus, que ameaça gravemente as indústrias ligadas ao turismo e aviação, assim como a sobrevivência da raça humana.

Qual será a nova realidade para viajar?

As empresas ligadas ao sector tentam sobreviver, rodeadas de incertezas sobre o regresso à normalidade das operações. Mas qual será a nova normalidade? Voltaremos a viajar como fazíamos até 2019?

Além das medidas que as companhias aéreas deverão implementar, será crucial perceber como as autoridades aeroportuárias e governamentais irão posicionar-se, e criar condições, incentivos e regulamentos para apoiar a implementação de várias medidas, assim como a sobrevivência das empresas do sector.

Tudo irá depender de quando conseguiremos controlar a disseminação do coronavírus. Até lá, serão introduzidas restrições apertadas às companhias aéreas e aeroportos, para terem permissão de transportar e receber passageiros.

Como as companhias aéreas irão reagir?

Se tivermos em consideração as dificuldades financeiras que a maioria das companhias aéreas estão a enfrentar para evitar falência, será um desafio gigantesco. Com o agravante que, se forem implementadas medidas de distanciamento social, que implicarão ter aeronaves com 60 a 70% de ocupação, irá dificultar a rentabilidade de uma indústria, com custos operacionais elevadíssimos.

Contudo, realizar investimentos avultados para introduzir os eventuais mecanismos exigidos pelas autoridades e continuarem a voar, fará a diferença entre continuar em business ou não ter autorização para operar.

Tendo em conta todas estas incertezas, já existem empresas a trabalhar em soluções, que visam superar as possíveis restrições. O que poderá ser implementado para enforçar o distanciamento social durante as viagens? Listamos algumas inovações e medidas que certamente poderão ajudar as companhias aéreas que estiverem preparadas para realizar os investimentos necessários.

Será este o futuro da aviação?

  • Assentos com escudo isolador.

A empresa Aviointeriors está a desenvolver os Janus Seats. São assentos revolucionários que incluem uma disposição inversa dos assentos e escudos isoladores. Os passageiros são separados por um largo escudo transparente que isola o seu espaço, do passageiro ao seu lado. O escudo previne a propagação da respiração de e para os outros passageiros da mesma fila.

Será assim distanciamento social em viagens para Angola?

Será assim distanciamento social em viagens para Angola?

Janus Seat. Um assento revolucionário para o pós covid-19, com escudos isoladores

  • Aviões com assentos vazios intercalados

Irá permitir mais espaço entre os passageiros, embora crie enormes dificuldades às companhias aéreas, que lucram com os aviões cheios. Algumas airlines como a Lufthansa e a Easyjet estão a considerar implementar esta política. Enquanto a Ryanair diz ser uma medida ridícula.

  • Embarque pelo número do assento.

A Delta Airlines lançou uma funcionalidade na Fly Delta App que faz a “Fila de embarque virtual”. Notifica cada passageiro quando deve embarcar baseado no número do seu assento, para reduzir a fila e o tempo de embarque. Esta funcionalidade poderá ser aplicada a outros pontos da viagem, normalmente congestionados, como na fila do check-in e controlo de imigração.

  • Terminais self-service contactless, que analisam os sinais vitais dos passageiros.

Permitem efectuar uma triagem virtual à saúde dos passageiros, nos quiosques de check-in do aeroporto e entrega de bagagem, tudo sem haver contacto físico. A Ethiad Airways anunciou que irá iniciar testes desta tecnologia, desenvolvida pela Elenium Automation.

  • Forçar passageiros a usarem máscaras faciais de protecção.

Os passageiros podem ser obrigados a usar máscaras para cobrir a boca e nariz desde que entram no aeroporto, durante o check-in, embarque e todo o voo.

  • Medidas de higiene e segurança adequadas ao coronavírus.

Implementar várias medidas de higiene, a bordo dos aviões, para reduzir o risco de disseminação do coronavírus. A Wizz Airlines fez um vídeo elucidativo das medidas que está a adoptar para proteger os seus passageiros.

 

  • Controlo de temperatura no aeroporto.

O controlo poderá ser feito na entrada do terminal do aeroporto, para que não seja permitida a entrada no aeroporto a passageiros identificados com uma temperatura alta.

Mesmo que a propagação do covid-19 esteja controlada nas próximas semanas ou meses, muitos passageiros estarão cépticos a retomar as suas viagens imediatamente. Esta tendência será mais acentuada para todas as viagens não essenciais, como o turismo, que é o principal impulsionador da indústria de aviação e economia de muitos países.

Se tivermos em conta a realidade de Angola e Àfrica, e o nossos “modus operando”, será que poderemos adoptar as mesmas medidas que os países industrializados?

Será necessário algum tempo, para a retoma da confiança em viajar sem preocupações, e para que os voos congestionem os aeroportos do mundo, incluindo os aeroportos de Angola.

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