O transporte e distribuição da Vacina da Covid-19 será o maior desafio de transporte de air cargo de todos os tempos, e sobretudo para Angola.
Assim que a vacina estiver pronta, haverá uma demanda de entre 8 a 10 bilhões de doses de acordo, com algumas estimativas. Glyn Hughes, o guru de carga da IATA, disse que seriam necessárias 8 bilhões de doses, se considerarmos uma única dose. Se calcularmos doses múltiplas, os números tornam-se muito maiores. Segundo Hughes, o volume dessa remessa encheria mais de 8.000 aviões B747.
Será crucial criar condições ideais para o armazenamento e distribuíção com segurança. A operação de logística em Angola será um desafio sem precedentes. Isto porque as vacinas terão de ser distribuídas em temperaturas muito baixas. A vacina Pfizer deve ser mantida ultracongelada (a -70 graus Celsius). Outras precisarão ser distribuídas e conservadas a temperaturas constante entre +2 e +8 graus Celsius. Isso significa que as soluções logísticas serão essenciais para manter a qualidade em toda a cadeia de distribuição da vacina.
Será imperativo preparar uma rede de distribuição interna, eficiente, para que assim que as vacinas chegem a Angola, possam ser distribuídas pela país, com celeridade.
Ultrapassar obstáculos no transporte de vacinas contra a Covid-19
A IATA já esta a trabalhar com as companhias aéreas de todo o mundo, e outros órgãos de saúde para elaborar um plano de transporte aéreo global.
O ministério da saúde de Angola, divulgou que Angola receberá 12 Milhões de vacinas, numa primeira fase, fruto de uma doação da OMS e Fundação Bill e Melinda Gates. Os contemplados destas primeiras vacinas, são as pessoas dos grupos de risco. Mas como será feita a distribuição das vacinas pelo país. E como as farão chegar a quem realmente deverá recebe-las?
O modelo de distribuição nacional ainda é uma incerteza. Iremos ter pontos de distribuição e armazenamento, com as condições ideais para manusear as vacinas às temperaturas recomendadas, em Luanda e nas restantes províncias?
A Pfizer, CDC e outros players da indústria criarão um possível modelo de distribuição para a vacina Covid-19 (modelo de entrega direta) e as respetivas implicações no frete aéreo
A preparação para o desafio da distribuição da vacina é extremamente difícil e com muitas incertezas relacionadas com a escala, tempo, rede e requisitos de manuseio em evolução. Os aeroportos e empresas de carga aérea têm um papel central a desempenhar. Precisam ter uma abordagem com precisão militar e ir refinando os detalhes, para Angola poder estar preparada e distribuir a vacina com eficácia.